Freud já reconhecia as estreitas afinidades entre a psicanálise e a literatura por conceber que psicanalistas e escritores ocupam-se da subjetividade e valem-se da palavra para tentar dar um pouco de alento às indagações humanas.
“A familiaridade entre a psicanálise e a literatura, tendo os dois, origens sediadas em nossa vida onírica inconsciente e ambas lidando basicamente com a palavra permite o estabelecimento, entre elas, de iluminação mútua.”
Não precisa dizer mais nada, é só sentir...
“Aprendo com abelhas do que com aeroplanos,
É um olhar para baixo que eu nasci tendo.
É um olhar para o ser menor, para o
insignificante que eu me criei tendo.
O ser que na sociedade é chutado como uma
barata – cresce de importância para o meu
olho.
Ainda não entendi por que herdei esse olhar
para baixo.
Sempre imagino que venha de ancestralidades
machucadas.
Fui criado no mato e aprendi a gostar das
coisinhas do chão –
Antes que das coisas celestiais.
Pessoas pertencidas de abandono me comovem:
tanto quanto as soberbas coisas ínfimas.”
Manoel de Barros, poeta mato-grossense, em o “Retrato do Artista Quando Coisa” (1998)
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