Meus ouvidos dedicam-se mais às letras das composições do que às suas melodias. Já há alguns anos, o Juca*, em botecos com música ao vivo, delira quando o cantor dedilha as primeiras notas de "Chão de giz". Aprendi a delirar com ele. Tenho "Chão de giz" em umas quatro ou cinco versões, sem contar o LP com a carinha do Zé novinho, deste eu já tinha um e comprei outro, vai que um estrague. Como ia dizendo, a mesma música toca aqui em casa com o Zé Ramalho sozinho, com a parenta dele, com os dois juntos, com Alceu Valença, com Geraldo Azevedo; tem para todos os gostos.
Interpretações não faltam. O que falta para mim é decifrar o enigma que é essa letra. Alguém tem idéia do que possa ser “espalho coisas sobre um chão de giz”, ou “eu vou te jogar num pano de guardar confetes”, ou ainda, “disparo balas de canhão, é inútil pois existe um grão-vizir”?
Já especulei o “giz” análogo à cocaína, ou que toda a criação tivesse se originado numa bem sucedida viagem de ácido. Vou ficar sem saber. Uma vez, quando tive a oportunidade de perguntar - Zé esteve no mesmo avião em que eu era tripulante - não rolou, pois ele estava aterrorizado de medo de voar e um temporal daqueles de filmes de cemitério, com raios, trovões e ventos, provocava uma forte turbulência, impedindo qualquer aproximação.
Se alguém souber do que se trata ou tiver sugestões, por favor, comente!
*namorado da Dani Sabino
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ResponderExcluirTambém já tentei várias possibilidades, sem jamais chegar a alguma conclusão, prá compreender essa letra incompreensível!
ResponderExcluirMas esse episódio, deliciosamente inesquecível, desenhou prá sempre na minha memória afetiva essa música que, mesmo sem sentido, já tinha riscado minha memória viciada em música.
...E é por essa e outras que sou apaixonada por esse Juca aí há intensos e divertidos 6 anos!
Dani Sabino