Este é o título do filme da diretora gaúcha Ana Luiza Azevedo, uma produção da Casa de Cinema de Porto Alegre. A película ganhou o Prêmio Itamaraty na Mostra de São Paulo na categoria melhor filme brasileiro. Prêmio merecido. O tema é tratado com uma delicadeza feminina, dá para perceber de longe que teve o toque de uma mulher ali. Os jovens atores são brilhantes e promissores. É um filme jovem que trata de temas da adolescência na contemporaneidade. Há alguns diálogos que retratam essa mudança dos tempos. O melhor deles é quando o guri de quinze anos toma um porre daqueles e passa mal. O padrasto não chega a repreendê-lo, mas demonstra sua decepção com o estado de embriaguez do filho. O adolescente, então, pergunta ao homem adulto: "Você nunca tomou um porre?" Ao que o homem responde com categoria: "Na tua idade não." E o guri com aquela rapidez dialética coerente com a sua época ataca: "Por acaso, com a minha idade você recebia e-mails?"
Nem é preciso narrar a expressão do adulto, o homem sai de cena mudo e ensimesmado. Nós, na platéia, também.
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